O impacto da gestão do capital de giro sobre a rentabilidade no mercado brasileiro – análise de regressão com painel de dados no período de 2000 a 2008

Resumo

O presente estudo explorou a influência da gestão do capital de giro sobre a rentabilidade, utilizando dados em painel, para uma amostra de 109 companhias abertas do mercado brasileiro no período 2000-2008, em bases trimestrais. Foram testados quatro modelos, sendo o primeiro considerando o ciclo de conversão de caixa na sua forma tradicional como proxy da política de capital de giro da empresa, o segundo considerando a requisição de capital de giro (medido pelo quociente entre necessidade de capital de giro e ativo total) e o terceiro, quarto e quinto modelos considerando, respectivamente, os dias de contas a receber, os dias de estoques e os dias de contas a pagar, que compõem no conjunto o ciclo de conversão de caixa. Os resultados sugerem que empresas com maior nível de rentabilidade bruta trabalham com níveis menores de capital de giro, medido pelo seu ciclo de conversão de caixa. Além disso, verificou-se que empresas com menores investimentos em estoques tendem a ser mais rentáveis operacionalmente, confirmando as expectativas. Em que pese não termos obtido resultados que plenamente atestam a relação esperada entre política de capital de giro e rentabilidade, podemos afirmar que alguns dos principais resultados obtidos vão na direção de indicar de que efetivamente empresas mais agressivas tendem a gerar mais rentabilidade, mais do que compensando os possíveis efeitos negativos que possam advir da prática dessas políticas mais agressivas.